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Desafios de inclusão educacional para autistas em mato grosso

Autismo e Educação: Um panorama em Mato Grosso A educação é um direito fundamental de todos os cidadãos e essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Por Saúde em dia
13/11/2025 19:31 - Atualizado há 2 horas




Autismo e Educação: Um panorama em Mato Grosso

A educação é um direito fundamental de todos os cidadãos e essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional. No estado de Mato Grosso, apesar do recuo no analfabetismo, persistem desafios significativos na inclusão educacional de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD-C) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024, o estado registrou uma taxa de analfabetismo de 3,8% entre pessoas com 15 anos ou mais. Este número é inferior à média nacional de 5,3%, colocando Mato Grosso na nona posição entre os estados brasileiros com menores índices de analfabetismo nessa faixa etária.

No entanto, dados recentes do mesmo instituto revelam que pessoas com TEA enfrentam dificuldades na aprendizagem, especialmente a partir do ensino médio. Este artigo discute a situação da educação de autistas em Mato Grosso, destacando os desafios e possíveis soluções para uma inclusão educacional mais efetiva.

Progresso e Desigualdades na Educação em Mato Grosso

A educação em Mato Grosso tem mostrado progresso significativo nos últimos anos, particularmente entre os jovens. Em 2024, o estado registrou o maior crescimento na taxa de frequência escolar líquida entre 2023 e 2024, atingindo 93,1% – um avanço de seis pontos percentuais. Isso indica que um número crescente de jovens está tendo acesso à educação.

Entretanto, desigualdades persistem, sobretudo entre a população idosa e entre pessoas de diferentes raças e cores. A taxa de analfabetismo entre a população com 60 anos ou mais em Mato Grosso é de 15,7%, acima da média nacional de 14,9%. Além disso, a taxa de analfabetismo entre pessoas pretas ou pardas é quase o dobro daquela entre pessoas brancas.

Inclusão Educacional de Autistas: Um Desafio Persistente

O Censo Demográfico de 2024 incluiu, pela primeira vez, um levantamento específico sobre pessoas com TEA, conforme previsto na Lei nº 13.861/2019. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, 41.247 pessoas em Mato Grosso declararam ter recebido o diagnóstico de autismo.

Enquanto pessoas com TEA tendem a ter uma frequência escolar relativamente alta em faixas mais jovens, os dados revelam dificuldades significativas na progressão educacional. Em 2022, 66,8% das pessoas diagnosticadas com TEA estavam no ensino fundamental, mas apenas 12,3% estavam no ensino médio, e um mero 0,8% no ensino superior.

Esses números apontam para a existência de barreiras duradouras no acesso à educação plena para pessoas com TEA. Entre os autistas com 25 anos ou mais, 46,1% não haviam completado o ensino fundamental, enquanto na população geral essa taxa era de 35,2%.

Diagnóstico de Autismo: Diferenças Regionais e Raciais

O levantamento também revelou diferenças significativas na distribuição dos casos de autismo pelo território mato-grossense e entre diferentes raças e cores. Os municípios de São José do Xingu e Reserva do Cabaçal apresentaram as maiores proporções de pessoas com TEA, enquanto os menores índices foram registrados em Alto Boa Vista e Canabrava do Norte.

Em termos raciais, pessoas brancas têm a maior proporção de diagnósticos de autismo. No entanto, o maior número absoluto de casos foi registrado entre pessoas pardas. Entre os indígenas, o percentual de diagnósticos de autismo é de apenas 0,4%.

Avançando na Inclusão Educacional de Autistas

Os dados acima apontam para a necessidade de políticas e práticas mais efetivas para a inclusão educacional de autistas em Mato Grosso. É preciso garantir que esses indivíduos tenham acesso à educação de qualidade em todas as etapas da vida, desde o ensino básico até o ensino superior.

Isso implica, entre outras coisas, a capacitação de professores para lidar com as especificidades do TEA, a adaptação de materiais didáticos e de ambientes de aprendizagem, a promoção de um ambiente inclusivo e respeitoso, e a implementação de políticas de apoio aos estudantes com TEA e suas famílias.

Além disso, é crucial que as políticas de inclusão educacional de autistas considerem as diferenças regionais e raciais no diagnóstico de autismo. Isso permitirá que essas políticas sejam mais eficazes e equitativas, assegurando que todos os autistas em Mato Grosso tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial acadêmico e pessoal.

Baseado em informações de fontes jornalísticas sobre autismo.


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