Uma Vitória para os Pais de Crianças Autistas
Em um marco judicial significativo, a 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) concedeu a pais de uma criança com autismo o direito de acessar o valor depositado como multa, também conhecido como ‘astreinte’, aplicada a um plano de saúde por descumprimento de uma decisão judicial. Esta decisão notável destaca a importância do cumprimento das obrigações judiciais por parte das operadoras de saúde e a necessidade de garantir que as crianças autistas recebam o tratamento adequado.
Ao tomar essa decisão, o tribunal reconheceu o direito dos pais de administrar os recursos, mesmo sem a necessidade de comprovar uma necessidade específica. Essa decisão se baseou na compreensão de que os pais são usufrutuários e administradores dos bens de seus filhos menores. Este caso é um marco importante na proteção dos direitos das crianças autistas e de seus pais.
O Caso: Reivindicação de Tratamento para Criança Autista
O caso começou com uma ação judicial movida contra a operadora de saúde. O objetivo era garantir o fornecimento de tratamento especializado para a criança, que havia sido diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, a operadora de saúde se recusou a cumprir a ordem judicial, levando à imposição de uma multa diária (astreintes). O valor total da multa acumulada chegou a R$ 20.982,29.
No decorrer da execução da sentença, o juiz de primeira instância entendeu que, por se tratar de uma multa de natureza coercitiva, ao contrário de uma multa alimentar ou indenizatória, o valor deveria permanecer depositado judicialmente até que a criança atingisse a maioridade ou pudesse comprovar uma necessidade específica. Por isso, o juiz negou o pedido dos pais para retirar o valor.
Recorrer ao Tribunal: A Luta dos Pais
O casal, pais da criança, não aceitaram essa decisão e recorreram ao tribunal. Eles argumentaram que o valor depositado era essencial para cobrir as despesas básicas relacionadas à subsistência de sua filha, incluindo moradia, alimentação e vestuário. Além disso, conforme o Código Civil (CC), eles afirmaram que os pais têm o direito de administrar os bens de seus filhos menores.
Decisão do Tribunal: Um Resultado Positivo para os Pais
O desembargador João Francisco Moreira Viegas, que analisou o caso, aceitou os argumentos dos pais. Ele declarou que o valor depositado pela operadora de saúde era uma multa por descumprimento de ordem judicial, e não uma indenização ou reparação de danos. Ele também destacou que, de acordo com o artigo 1.689 do Código Civil, os pais da criança são ‘usufrutuários de seus bens enquanto exercem o poder familiar, possuindo, inclusive, administração sobre eles’.
O desembargador não viu nenhum motivo para impedir os pais de acessar os fundos, uma vez que não havia indícios de que eles desviariam o dinheiro para fins impróprios. Essa decisão é um passo significativo na proteção dos direitos dos pais de crianças autistas, permitindo-lhes acessar os recursos necessários para cuidar de seus filhos.
Implicação deste Caso
Este caso ilustra a importância de garantir que as operadoras de saúde cumpram suas obrigações legais em relação ao fornecimento de tratamento para crianças autistas. Também destaca o papel crucial que os pais têm na administração dos recursos de seus filhos menores, especialmente quando esses recursos são necessários para cobrir despesas básicas.
Este é um marco importante na luta pelos direitos das crianças autistas no Brasil, e esperamos que incentive outras famílias a lutar por seus direitos. A decisão também pode servir de precedente para casos futuros semelhantes, garantindo que as operadoras de saúde sejam responsabilizadas por descumprir suas obrigações legais.
A luta por um tratamento adequado para crianças autistas é uma batalha contínua, e essa decisão representa uma vitória significativa. Esperamos que isso encoraje mais pais a lutar pelos direitos de seus filhos e que as operadoras de saúde sejam incentivadas a cumprir suas obrigações legais e éticas para com seus clientes.
Baseado em informações de fontes jornalísticas sobre autismo.
24 comentários
Sou de Ashburn e adquiri o eBook semana passada. Depois que vi o conteúdo, percebi que precisava do pacote completo. Simplesmente incrível!
Também sou de Ashburn! Baixei o eBook ontem e chorei lendo. Que conteúdo sensível. Já comprei o pacote completo hoje cedo!
Sou pai de uma criança autista e nunca encontrei algo tão direto, prático e respeitoso. Parabéns a todos por esse material!
Baixei o eBook por curiosidade, mas me emocionei lendo. Depois de ver o pacote completo, me inscrevi na hora. Uma luz no fim do túnel!
Gente, o material é maravilhoso! Simples, direto e cheio de empatia. Coisa rara hoje em dia.
eu achei que era mais um ebook qualquer mas fui surpreendido, meu filho é não verbal e encontrei dicas que realmente fazem sentido no dia a dia
eu baixei meio desconfiada mas me ajudou muito, principalmente na parte de rotina visual, era algo q eu nem sabia como fazer
eu sou professora de apoio e usei algumas ideias com meus alunos essa semana, deu super certo, eles adoraram
nem tudo serve pra todos, claro, mas teve muita coisa que abriu minha mente... meu sobrinho tem TEA e vi formas novas de interagir com ele
tem umas partes bem técnicas, mas no geral é tranquilo de entender sim... gostei da parte sobre alimentação sensorial, isso quase ninguém fala
compartilhei com o pessoal do grupo da escola, vale a pena... parabéns pra quem fez esse conteúdo
também mandei no grupo das mães aqui da região, foi super útil principalmente a parte das crises