Em uma decisão inédita e repleta de sensibilidade, a Justiça Federal concedeu a guarda definitiva de um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) a uma mulher com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 31 anos, residente em São Carlos, interior de São Paulo.
A sentença foi proferida pela 2ª Vara Federal de São Carlos e considerou a longa convivência da mulher com a ave, chamada carinhosamente de Lourinho, além de laudos médicos, históricos veterinários e testemunhos que comprovaram o vínculo emocional e o bem-estar do animal em seu ambiente doméstico.

Uma Relação de Amor e Cuidado
Segundo o processo, Lourinho vive com a família há mais de 24 anos. O juiz Guilherme Regueira Pitta destacou que, apesar de ser um animal silvestre, o papagaio está plenamente adaptado ao convívio com os humanos e seria prejudicado com uma tentativa de reinserção na natureza.
A médica veterinária responsável pelo atendimento do animal desde 2021 declarou que “Lourinho tem na autora a figura de sua companheira de vida, havendo perigo de morte caso seja retirado do ambiente familiar”.
Critérios que Sustentaram a Decisão
Entre os principais argumentos utilizados na sentença estão:
- O papagaio-verdadeiro não consta na Lista Oficial de Espécies Ameaçadas da Fauna Brasileira;
- O animal vive com a autora e sua família há cerca de 24 anos, sem histórico de maus-tratos;
- O ambiente familiar garante à ave todos os cuidados necessários ao seu bem-estar;
- O risco de danos psicológicos e físicos ao papagaio caso seja removido do lar em que vive há mais de duas décadas.
O juiz também observou que o depoimento da mulher autista e de sua mãe durante a audiência demonstrou um “verdadeiro vínculo familiar com o animal”, e que o afastamento poderia causar “sofrimento emocional extremo para ambos”.
Implicações da Decisão e Próximos Passos
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi oficialmente notificado para não tomar quaisquer medidas que levem à apreensão do animal. Até o momento, o órgão afirmou que cumprirá a decisão assim que for comunicado oficialmente.
Este caso pode abrir precedentes importantes para outras situações semelhantes, nas quais animais silvestres mantidos de forma regular e cuidadosa por famílias há décadas tenham sua posse questionada por motivos legais.
O Valor do Vínculo Emocional em Casos Jurídicos
O reconhecimento da importância do vínculo afetivo entre pessoas com deficiência e animais de estimação, como neste caso, pode sinalizar um avanço nos critérios utilizados por tribunais em decisões relacionadas ao bem-estar animal e aos direitos da pessoa com deficiência.
Este tipo de jurisprudência reforça a humanização do sistema judiciário, valorizando o contexto individual e emocional como fatores legítimos para decisões legais que vão além das regras ambientais convencionais.
Mais do que uma vitória judicial, este caso representa o respeito à dignidade, à empatia e ao direito de viver com aquilo que traz conforto e segurança para pessoas neurodivergentes.
24 comentários
Sou de Ashburn e adquiri o eBook semana passada. Depois que vi o conteúdo, percebi que precisava do pacote completo. Simplesmente incrível!
Também sou de Ashburn! Baixei o eBook ontem e chorei lendo. Que conteúdo sensível. Já comprei o pacote completo hoje cedo!
Sou pai de uma criança autista e nunca encontrei algo tão direto, prático e respeitoso. Parabéns a todos por esse material!
Baixei o eBook por curiosidade, mas me emocionei lendo. Depois de ver o pacote completo, me inscrevi na hora. Uma luz no fim do túnel!
Gente, o material é maravilhoso! Simples, direto e cheio de empatia. Coisa rara hoje em dia.
eu achei que era mais um ebook qualquer mas fui surpreendido, meu filho é não verbal e encontrei dicas que realmente fazem sentido no dia a dia
eu baixei meio desconfiada mas me ajudou muito, principalmente na parte de rotina visual, era algo q eu nem sabia como fazer
eu sou professora de apoio e usei algumas ideias com meus alunos essa semana, deu super certo, eles adoraram
nem tudo serve pra todos, claro, mas teve muita coisa que abriu minha mente... meu sobrinho tem TEA e vi formas novas de interagir com ele
tem umas partes bem técnicas, mas no geral é tranquilo de entender sim... gostei da parte sobre alimentação sensorial, isso quase ninguém fala
compartilhei com o pessoal do grupo da escola, vale a pena... parabéns pra quem fez esse conteúdo
também mandei no grupo das mães aqui da região, foi super útil principalmente a parte das crises