O Mapa Autismo Brasil (MAB) está promovendo uma das iniciativas mais relevantes dos últimos anos para o entendimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. A proposta visa, pela primeira vez em escala nacional, coletar dados abrangentes sobre as condições de vida, necessidades, desafios e características das pessoas com autismo em todo o território nacional. Liderado pela musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf, fundadora do Instituto Steinkopf, o projeto tem o objetivo de suprir uma lacuna histórica na formulação de políticas públicas voltadas à comunidade autista.

Uma Iniciativa Inédita no Brasil
Lançado oficialmente em 29 de março de 2024 durante o Congresso Autismos em Foco, em Brasília, o projeto entra agora em sua fase nacional com a coleta de dados em todos os estados brasileiros. A proposta é traçar um retrato fiel da realidade dos autistas, reunindo dados sociodemográficos, clínicos, educacionais e sociais.
A ausência de estatísticas precisas tem sido um dos grandes entraves à criação de políticas públicas efetivas para o TEA no país. Com a estrutura do MAB, essa realidade começa a mudar. O objetivo é claro: fornecer insumos baseados em evidências para decisões que impactam diretamente a vida de autistas e suas famílias.
Como Funciona a Pesquisa do Mapa Autismo Brasil?
A pesquisa é conduzida por meio de um formulário online acessível, projetado para ser preenchido tanto por autistas adultos com autonomia quanto por familiares ou cuidadores legais, no caso de crianças, adolescentes e adultos com maior grau de dependência. O formulário coleta informações como:
- Idade e sexo da pessoa autista;
- Grau de autonomia e necessidade de suporte;
- Renda familiar e nível de escolaridade;
- Acesso a serviços médicos, terapias e educação especializada;
- Tempo até o diagnóstico e histórico clínico;
- Presença de comorbidades e situações específicas do dia a dia.
A coleta de dados está disponível até 20 de julho de 2025 no site oficial: www.mapaautismobrasil.com.br.
Resultados da Fase Piloto: Um Alerta para o Brasil
A fase piloto do MAB, realizada em 2023 no Distrito Federal, já havia trazido dados alarmantes. O diagnóstico de TEA era feito em média aos 9 anos de idade — um número considerado alto, visto que o diagnóstico precoce é essencial para intervenções eficazes. Também foram constatadas grandes disparidades regionais no acesso a atendimentos especializados, o que reforça a urgência de ações coordenadas a nível nacional.
Principais descobertas da fase piloto:
- Diagnóstico tardio em mais de 70% dos casos;
- Desigualdade gritante no acesso a terapias entre capitais e cidades do interior;
- Baixa oferta de profissionais capacitados em regiões periféricas;
- Falta de políticas regionais voltadas ao TEA.
Por Que os Dados São Tão Importantes?
Sem dados, não há planejamento. E no caso do autismo, a ausência de informações compromete diretamente a construção de redes de apoio. A coleta nacional do MAB busca justamente resolver esse problema, oferecendo aos gestores públicos informações valiosas para:
- Dimensionar a demanda por profissionais especializados;
- Implantar salas de aula adaptadas e serviços de apoio educacional;
- Criar políticas de assistência social direcionadas para famílias de baixa renda;
- Organizar campanhas de diagnóstico precoce e conscientização;
- Facilitar o acesso a laudos, terapias e intervenções clínicas com base em evidências.
Além disso, será possível entender melhor o perfil sociodemográfico da população autista brasileira, levando em consideração fatores como etnia, escolaridade, localização geográfica e tipo de suporte necessário.
Rede MAB: Informação Aberta e Conscientização
O projeto Mapa Autismo Brasil também desenvolveu a Rede MAB, uma plataforma gratuita e de livre acesso que funciona como repositório de informações sobre TEA. Nela, é possível encontrar:
- Conteúdo educativo para pais, cuidadores e profissionais;
- Dados abertos que podem ser usados em pesquisas acadêmicas e projetos governamentais;
- Informações sobre políticas públicas vigentes;
- Ferramentas de engajamento e mobilização comunitária.
A plataforma é parte essencial da estratégia de conscientização nacional sobre autismo, promovendo o conhecimento, a inclusão e o respeito à neurodiversidade.
Engajamento da Comunidade: Sua Participação É Essencial
Todos podem participar da coleta de dados, seja preenchendo o formulário, divulgando o projeto ou promovendo debates locais sobre a importância do mapeamento do TEA. Pais, professores, terapeutas, médicos e lideranças comunitárias têm papel central nesse processo.
Como participar?
- Acesse www.mapaautismobrasil.com.br;
- Escolha o perfil adequado (autista com autonomia ou responsável legal);
- Preencha o formulário completo com atenção aos dados;
- Compartilhe o link com outras pessoas da comunidade autista.
O Legado Esperado com o MAB
Espera-se que o Mapa Autismo Brasil seja o maior banco de dados sobre autismo da América Latina, com impacto direto na criação de:
- Leis mais eficientes e segmentadas;
- Capacitação de profissionais em regiões com déficit de atendimento;
- Planos de inclusão educacional adaptados;
- Serviços de saúde mais acessíveis e personalizados;
- Estímulo à pesquisa científica nacional sobre o TEA.
O projeto representa um marco histórico para o reconhecimento e valorização da neurodiversidade no Brasil, e pode servir de exemplo para outras nações latino-americanas.
Conclusão: Um Novo Capítulo para a Inclusão de Pessoas com Autismo no Brasil
Com o avanço da coleta de dados do Mapa Autismo Brasil, o país dá um passo importante rumo à equidade. Pela primeira vez, os gestores públicos terão informações reais sobre o número, perfil e necessidades de pessoas com autismo em cada município brasileiro.
A consolidação dessa base de dados será fundamental para garantir direitos, derrubar preconceitos e promover uma sociedade mais inclusiva, onde as diferenças são respeitadas e valorizadas.
Se você faz parte da comunidade autista, conhece alguém que faz, ou apenas quer contribuir com essa transformação, participe da coleta de dados do MAB e ajude a construir um futuro com mais empatia, ciência e justiça social para todos.
24 comentários
Sou de Ashburn e adquiri o eBook semana passada. Depois que vi o conteúdo, percebi que precisava do pacote completo. Simplesmente incrível!
Também sou de Ashburn! Baixei o eBook ontem e chorei lendo. Que conteúdo sensível. Já comprei o pacote completo hoje cedo!
Sou pai de uma criança autista e nunca encontrei algo tão direto, prático e respeitoso. Parabéns a todos por esse material!
Baixei o eBook por curiosidade, mas me emocionei lendo. Depois de ver o pacote completo, me inscrevi na hora. Uma luz no fim do túnel!
Gente, o material é maravilhoso! Simples, direto e cheio de empatia. Coisa rara hoje em dia.
eu achei que era mais um ebook qualquer mas fui surpreendido, meu filho é não verbal e encontrei dicas que realmente fazem sentido no dia a dia
eu baixei meio desconfiada mas me ajudou muito, principalmente na parte de rotina visual, era algo q eu nem sabia como fazer
eu sou professora de apoio e usei algumas ideias com meus alunos essa semana, deu super certo, eles adoraram
nem tudo serve pra todos, claro, mas teve muita coisa que abriu minha mente... meu sobrinho tem TEA e vi formas novas de interagir com ele
tem umas partes bem técnicas, mas no geral é tranquilo de entender sim... gostei da parte sobre alimentação sensorial, isso quase ninguém fala
compartilhei com o pessoal do grupo da escola, vale a pena... parabéns pra quem fez esse conteúdo
também mandei no grupo das mães aqui da região, foi super útil principalmente a parte das crises