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Revisão judicial de programa de equoterapia para crianças com autismo: análise do caso irapuã

IntroduçãoO autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento e a interação social.
Por Saúde em dia
12/11/2025 00:25 - Atualizado há 2 horas




Introdução

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento e a interação social. A equoterapia, ou terapia assistida por cavalos, tem sido adotada como uma abordagem eficaz para ajudar crianças com autismo a melhorar suas habilidades motoras, sociais e emocionais. No entanto, um recente caso legal em Irapuã, São Paulo, levantou questões sobre a legalidade de tais programas propostos pelo legislativo.

Neste artigo, detalharemos o caso, no qual o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) anulou partes de uma lei municipal que estabelecia um programa de equoterapia para crianças com autismo. Discutiremos as implicações dessa decisão e o que ela pode significar para a implementação de políticas de saúde pública para crianças com autismo no futuro.

O Caso em Irapuã

Em Irapuã, uma cidade no estado de São Paulo, o legislativo municipal propôs a Lei 2.198/25. Esta lei instituía o Programa de Terapia Assistida por Equitação, destinado a promover a equoterapia no tratamento de crianças com TEA. No entanto, o chefe do Executivo de Irapuã contestou a lei, apontando problemas formais de iniciativa e questionando a atribuição de funções a órgãos da administração pública sem identificar uma fonte de financiamento.

Além disso, o prefeito argumentou que a lei violava os princípios da separação dos poderes e reserva de iniciativa do Executivo, concedendo benefícios fiscais sem a devida análise de impacto financeiro. O caso foi levado ao TJ/SP para revisão.

A Decisão do TJ/SP

Em resposta ao caso, o TJ/SP declarou inconstitucionais os artigos 4º e 5º da lei. Estes artigos atribuíam às Secretarias Municipais da Saúde e da Educação a responsabilidade de elaborar diretrizes, promover campanhas e fomentar pesquisas sobre o programa de equoterapia. O tribunal considerou isto como uma interferência indevida do Legislativo na organização da administração pública.

O tribunal também destacou que a lei não satisfazia a exigência constitucional de fornecer uma estimativa do impacto orçamentário e financeiro para as proposições que implicam em renúncia de receita. Este foi o caso do artigo 5º, que oferecia incentivo fiscal a centros de equitação participantes do programa.

Implicações da Decisão

A decisão do TJ/SP tem amplas implicações para a forma como os programas de saúde pública, especialmente aqueles destinados a grupos vulneráveis como crianças com autismo, são implementados. Primeiramente, a decisão destaca a necessidade de uma análise cuidadosa do impacto financeiro e orçamentário de tais programas. Isto é crucial para garantir a sustentabilidade financeira destas iniciativas.

Em segundo lugar, a decisão sublinha a importância do respeito à separação dos poderes. Mesmo que o programa seja bem-intencionado, é fundamental que não haja interferência indevida de um ramo do governo na área de competência de outro.

O Futuro da Terapia Assistida por Equitação para Crianças com Autismo

Apesar da decisão, o tribunal manteve a validade do restante da lei, reconhecendo a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção de grupos vulneráveis. Isso sugere que, com o planejamento e a implementação adequados, os programas de equoterapia para crianças com autismo ainda podem ser uma realidade.

Estes programas têm potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida das crianças com autismo, ajudando-as a melhorar suas habilidades motoras, emocionais e sociais. No entanto, é crucial que estas iniciativas sejam implementadas de maneira financeiramente sustentável e de acordo com as normas constitucionais.

Conclusão

A decisão do TJ/SP no caso de Irapuã serve como um importante lembrete da necessidade de cuidado e consideração ao implementar programas de saúde pública. Embora a terapia assistida por equitação possa oferecer benefícios substanciais para crianças com autismo, é crucial que tais programas sejam implementados de maneira que respeite a separação dos poderes e a sustentabilidade financeira.

Isso não significa que tais programas devam ser descartados. Ao contrário, eles devem ser cuidadosamente planejados e implementados dentro dos parâmetros constitucionais e financeiros apropriados. Com o planejamento e a implementação adequados, programas de equoterapia para crianças com autismo podem se tornar uma parte valiosa das políticas de saúde pública.

Baseado em informações de fontes jornalísticas sobre autismo.


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